quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Feijoada I


Estava decidido. O Armando Alves fazia a feijoada. Tinha sido cozinheiro na tropa e sabia o que era preparar comida para 200 pessoas.
O Américo tesoureiro, naquela reunião da direcção, estava desconfiado. Tanto preparativo e será que rendia alguma coisa para os cofres da associação? Uma coisa era certa martinis, ricards e cerveja vendiam-se sempre e o encaixe estaria garantido. Mas era mesmo preciso aquela coisa da feijoada, tanta comida para quê?.
Mas afinal quantos autocarros virão? Perguntava o Raúl da Póvoa. Fala-se em cinco mas quem sabe isso melhor é o Motas do grupo dos Camaradas. São mais de duzentas pessoas. O Leiria trabalha na cantina da escola e arranja três tachos dos grandes. Chega e sobra.
O Armando estava calado. Pensava na mobylette e no regresso ao Parc Montsouris. A mulher ia mandar vir, disso ele já não escapava. Afinal esta reunião era mais complicada que as anteriores. Na última, que tinha tratado do castigo federativo a mais dois jogadores do Gentilly, assunto da maior gravidade, em duas horas estava concluída.
O Zé Barbas repetia: é preciso não esquecer a organização do espectáculo. O Teatro Operário de Gentilly primeiro, o Grupo Os Camaradas depois, os fados e o folclore para terminar.
Bem, mas o que está a acontecer? Será uma festa banal de associações de emigrantes nos anos que antecederam o 25 de Abril?
continua.......

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